terça-feira, 27 de outubro de 2015

Exercícios para atores



Transcrição: B2 - B3




Depois da experiência da primeira apresentação, e as observações da audiência,  algumas mudanças na cena são realizadas com objetivo de melhor fluidez e compreensão do espetáculo.
E para está fase, o grupo retoma o treinamento de ator. O material de vídeo se refere aos exercícios de palhaço. Estes exercícios além de focar na imaginação interpretativa, junto aos  exercícios stanislavskianos, trabalham os atores para a ação-reação e a força da fisicalidade no jogo cênico.
Esses exercícios estarão explicados em futura postagem, intitulada: 
Anotações Escritas da Observação 2.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Material de Observação - Es1c - Es1a - Et 1

Transcrição: Es1c




      Neste vídeo, podemos observar o corporal das personagens já idosas (refere-se ao casal que se conheceu na passagem do reveillon em 1954, junto com mais dois amigos).
     As personagens idosas apresentam a situação comum dos idosos em nossa sociedade, como o abandono em asilos pela própria família, muitas vezes, quando estão cometidos de doenças como o Mal de Parkinson e Alzheimer. 



Transcrição: Es1a - Et1




     Momento de aquecimento dos atores com marcações de cenas, e pequeno depoimento de José Regino onde explica o surgimento do argumento da peça:
 "Domingo Sem Chuva" e seu processo inicial de trabalho.
     A pesquisa surgiu de algumas inquietações do próprio José Regino sobre a velhice, a partir daí propôs para o grupo determinadas situações de improviso. Das 20 situações surgidas nos improvisos, eles aproveitaram 12 situações para construírem um roteiro teatral.
     Importante ressaltar que as observações  realizadas  por José Regino nos asilos e abrigos de idosos no DF, apenas reforçou a ideia que ele já tinha sobre a "velhice".
     No Lar dos Velhinhos Maria Madalena - Instituto Integridade, compartilhando suas observações com a Psicóloga Dra. Isadora, segunda ela, as situações todas criadas pelo grupo são factíveis, e  presentes no Lar dos Velhinhos Maria Madalena, além de muitas outras situações que poderiam ser facilmente material de pesquisa do diretor e grupo.





Primeiro Ensaio Aberto

Transcrição: C 2





O Ensaio Aberto, termo que o grupo se utiliza para denominar as apresentações para verificação do resultado do processo junto a determinada audiência.
Estas apresentações ocorrem com objetivo de limpar, cortar, definir ritmos de cenas e personagens, compreensão e reação, a partir da resposta do público, antes de estrear definitivamente no circuito cultural da cidade 
Segundo o ator João Veloso, a prática do ensaio aberto, estabelece que o trabalho ainda está em processo, e que tudo pode mudar com a resposta da audiência.
O primeiro Ensaio Aberto ocorreu no dia 25 de setembro no Centro de Ensino Médio do Gama para um público de adolescentes e de professores.
Ao final, o grupo abriu para um debate, buscando opiniões, críticas e compreensão da peça: "Domingo Sem Chuva".

Obs: Procuramos não filmar estes momentos por não termos oficializado junto à direção da escola, a autorização para utilização de imagens da comunidade escolar.




Trabalho de Ator -2 (Temática sobre a Velhice)

Momento 2-  
Processo de construção da personagem seguindo a temática sobre a velhice.
Neste momento as características pessoais de cada personagem começam a se definir, somando-se à utilização de alguns objetos e parte do figurino. O diretor José Regino sempre interfere junto aos atores, ora orientando-os nas características de seus personagens, ora corrigindo-os em reações físicas e intenções que definam melhor cada personagem.

















sábado, 17 de outubro de 2015

Conversas e Reflexões II - Sobre a Não Espetacularização e a Narrativa no Teatro de Zé Regino

Um conceito citado por Zé Regino, quando das primeiras observações que fizemos do processo, foi o da não espetacularização. Ele nos disse que atualmente buscava a não  espetacularização nos seus trabalhos de teatro. Perguntamos o que isto significava para ele e a resposta que nos deu foi a de que procurava criar cada vez mais um teatro próximo de quem o assiste, acessível. Como aconteceu quando sua companhia apresentou "Sonho de Uma Noite de Verão" em uma escola e a professora que até então havia alimentado o desejo de montar uma peça de Shakespeare com seus alunos mas acreditava não ser capaz de realizar tal feito, os confessou que depois de assistir àquela apresentação percebeu que sim, seria possível. Ou seja, a não espetacularização seria um teatro que se coloca ao alcance do espectador, no âmbito do fruição e da produção.¹
Outro ponto importante na trajetória do diretor e presente também na montagem que estamos observando, é a narrativa.² Ele comentou conosco que prefere que uma pessoa, após assistir ao  seu espetáculo, não concorde com nada do que viu do que diga que não entendeu. Isto parece justificar a sua opção pela narrativa, que se constrói nessa montagem com quase nenhuma palavra. As músicas cantadas à capela,  as ações físicas dos atores, os figurinos e os cenários nos contam todas as informações necessárias para embarcarmos com a nossa imaginação na história.
 É interessante notar que nessas duas opções estéticas (a não espetacularização e a narrativa)  existe uma preocupação em tornar o teatro acessível, no sentido de que quem o receba não o veja como algo distante de sua capacidade de fruição e realização e/ou perceba as pessoas que fazem parte daquilo como seres "eleitos". Isso nos remete a uma frase de Amir Haddad onde ele diz que "o teatro é a magia sem mistério", nos lembrando que o belo nessa arte pode ser muito mais potente quando é também político, de igual para igual, em sua forma de se apresentar.


 ¹ Este termo não se encontra no "Dicionário de Teatro de Patrice Pavis", nem no "Ler o Teatro Contemporâneo" de Jean-Pierre Ryngaert, ou no "Léxico de Pedagogia do Teatro" de coordenação de Ingrid Dormien Koudela e José Simões de Almeida Junior. Então resolvemos investigar a palavra em si, e o que encontramos no Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa- 5º edição, foi:  
Espetacularização: 1.ato ou efeito de espetacularizar.
Espetacularizar: 1.Dar caráter de espetáculo a.
Espetáculo: 1.Tudo que chama a atenção, atrai e prende o olhar.

²  Narrar: 1.Expor minuciosamente.( Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa- 5º edição)
E qual seria a outra forma de se falar através do teatro, que não a narrativa? Ficamos nos perguntando, e este será assunto para o próximo post.
  

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Conversas e Reflexões I - Conversa com José Regino sobre o corpo cômico.



Para José Regino, o corpo cômico é todo corpo construído e pensado com objetivo de provocar o riso. Atualmente, ele   trabalha com um novo conceito que antecede a construção do corpo cômico. É a presença cômica. Aquele momento em que o riso acontece, não necessariamente sustentado pela palavra, mas por meio de uma ação ou de uma reação. O momento em que a simples presença do ator/comediante provoca o riso. Para entender melhor como isso acontece o Zé propõe uma nova pesquisa: a presença cômica e o silêncio que antecede a palavra. Assim, esses dois momentos serão trabalhados e pesquisados separadamente para entender melhor a construção do corpo cômico.
Na prática, sem a construção consciente  do corpo cômico, o riso pode acontecer de forma espontânea. Muitas vezes, o ator se surpreende e pode até repetir ou tirar proveito disso. Mas infelizmente o ator muito pouco conceitua os procedimentos cômicos ou as condutas cômica utilizadas. Esses conceitos e técnicas da comicidade são visto pelo senso comum como um aptidão, um talento nato, não como uma técnica que pode ser apreendida, estudada. Muitas vezes a pesquisa nessa área é encarada como uma atividade que pode travar ou limitar o desempenho de um ator cômico. José Regino fala bastante desse assunto na sua dissertação de mestrado:  “Dramaturgia da ação cômica: o desempenho do ator na construção do riso”. Ele acredita que é possível unir a pesquisa teórica e prática para definir e aprofundar o uso das condutas e os procedimentos cômicos. Mas isso requer uma observação um treino, um estudo, um experimento intenso.
Ele aponta que em 1986 sob a luz do “Teatro Antropológico” de Eugênio Barba e seus colaboradores, ele começava a enxergar os caminhos para a construção do corpo cômico: “A criação de um “espaço” interno onde se encontram possibilidades que ocorrem além ou fora do padrão, do que é previsível. Onde o corpo é treinado além de conceitos culturais ou rótulos e definição, onde se rompe com a sua própria natureza física para se alcançar a natureza da sua própria criação. Este espaço do vazio que se amplia, para gerar espaços de ocupação autêntica”.
José Regino também aponta nessa caminhada para constução do que seria para ele o corpo cômico o seu encontro com o Lume Teatro e o que eles chamam de contato com o estado do ridículo. O importante na cena não é o que se faz, mas como se faz.
Mais tarde em contato como Mestre Zezito, José Regino entende que o palhaço deve fazer parecer difícil o que é fácil e o que é fácil deve parecer difícil. Em outras palavras, é o que ouve-se dizer comumente sobre o palhaço: o palhaço vê o mundo ao contrário. Ou: A lógica do palhaço é invertida. E essa inverção da lógica real feita pelo palhaço é fundamental para entender a construção do corpo cômico.
José Regino  aponta que o pensamento do corpo cômico vem de maneira complementar e antecede a definição das espécies de comportamento cômico realizadas em sua dissertação de mestrado. Estas são baseada em Freud, no livro “Os Chistes e sua relação com o Inconsciente” no capítulo: “espécies do cômico” onde Freud aponta condutas e procedimentos que proporcionam o surgimento do riso. Freud chama de espécies do cômico. São elas: cômico da situação, desmascaramento, paródia, raciocínio falho, justaposição simultânea, disfarce, travestimento, ironia, ingênuo, nonsense, absurdo, empréstimo cômico, personificação, formas corporais, traços faciais, sexualidade, obscenidade, mímica, expectativa, abstração, contraste qualitativo e personificação. Em sua dissertação Zé analisa melhor essas espécies de cômico à partir da montagem do seu espetáculo Bagulhar.

José Regino vem trabalhando em oficinas esses temas e tem observado que esses tipos de corpo cômico podem ser chamado de caricaturas, ou corpos caricatos. O palhaço seria um exemplo disso. Mas em sua pesquisa ele também abrange o trabalho do comediante e o ator cômico .
                    

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Alguns procedimentos para tratar o material observado

Tratando os materiais digitais (mídias) como documentos

Em nosso trabalho de observação, resolvemos definir alguns códigos para renomear os materiais com o objetivo de assegurar melhor compreensão para a  análise.

Assim, escolhemos 4 nomes que se relacionam aos campos temáticos ou semiológicos, que são:

Bastidores = B
Cena = C
Ensaio = Es
Entrevista = Et

Bastidores - agrupariam as imagens onde o grupo lidaria com figurinos, organização de cenário, avaliação final etc;
Cena - todo o material que não ocorre a interferência do diretor na cena como  as apresentações para a comunidade, seja escolar, abrigos ou asilos (ensaio-apresentação) ou um "corridão"de cenas;
Ensaio  - as imagens com interferência do diretor, trabalhos corporais, exercícios de improvisação, manipulação com objetos de cena etc;
Entrevista - O material com a fala do diretor Zé Regino/atores de forma espontânea, ou previamente combinada.

Acrescentamos mais dois elementos: os numerais e letras do alfabeto

Números 1, 2, 3 etc - significam a ordem das observações em dias diferentes.

1= primeiro dia de observação,
2= segundo dia de observação, assim sucessivamente.

Letras do alfabeto a, b e- relacionariam com a divisão do espetáculo " Domingo sem Chuva" em partes diferentes.
a = cenas que acontecem no ano de 1954 (encontro dos amigos no reveillon).
b = cenas que fazem transições para as cenas da parte "a" e "c".
c =  cenas que acontecem no tempo atual (asilo, residência de casal idoso, filha conduzindo pais para asilo).

Exemplos: Es1a


Cena observada no primeiro dia com interferência do diretor que remete ao ano de 1954.

sábado, 3 de outubro de 2015

Trabalho de Ator -1 (Temática sobre a Velhice)

Momento 1-  
Processo de construção da personagem seguindo a temática da velhice.
Exercícios com objetos para composição da personagem: peruca e cadeira
















Material observado e descrito

Recortes dos materiais filmados




B1
Experimentação de figurino
O figurino foi concebido pelo diretor Zé Regino com colaborações estéticas do Grupo Celeiro das Antas.



Es1a
Repertório Musical
O grupo preferiu produzir os sons vocalmente de todo repertório musical do espetáculo.
Momento 1954




Es1a e 1b
Momento de transição para tempos atuais